Existe um amargo que sobe na alma
Franzindo a testa e pintando as ruas
O amargo que mata a vida que teria
E que me consome à beira das luas
Ando entojada da minha cara
Entojo da má vontade e do peso
Entojo do tudo do nada de tudo
Do que faço que prezo e que desejo
Do que disponho e do desprezo
Que faz subir o doce de queijo
Ao ver amargo o sal que despejo
Na linda acidez desses meus lampejos
Todo meio é amargo
Por dentro de toda paragem
Não há meio mais mediocre do que
O que há pra dentro das margens
Eu odeio o amargo das margens
Mas amo o amargo que cria doçura
Mexendo os quadris me afasta dos centros
Agindo perfeito de lua em lua.
Um comentário:
Inteligente, cáustico e divertido - ainda assim - é o típico texto: Nossa!
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